A homossexualidade sempre esteve presente nas sociedades humanas, nos animais e vegetais desde o primórdio dos tempos, neste planeta. A prova disto é que na Bíblia, o mais antigo dos livros humanos que dá conta de um Deus e suas Leis, já existe menção proibitiva e discriminativa para relacionamentos sexuais entre indivíduos do sexo masculino, e apenas para o sexo masculino. No livro Levítico, capítulo 18, versículo 22 está escrito o seguinte: “Não te deitarás com varão, como se fosse mulher. É abominação.” Isso é uma referência apenas à homossexualidade masculina. Quer dizer mulher deitando com outra como se fosse varão podia!? Preconceito e discriminação machista! Essa é, em toda a Bíblia, a única citação a respeito da homossexualidade, que consegui encontrar. Já refletia o machismo que dominou e ainda domina as nossas sociedades, particularmente as árabes e orientais de um modo geral, mas que felizmente já tem seus dias contados, já que não se pode tampar o sol com uma peneira. Todos os outros assuntos relativos à Lei de Deus, nas proibições e condenações, são pregados à exaustão. Se Deus, o Criador, o poder supremo do Universo, não aceitasse a homossexualidade, por certo não a teria criado ou no mínimo não permitiria sua manifestação. Isto cheira mais como Lei de Moisés, exercício de manipulação e adequação da Lei Divina, coisa comum em Moisés que era o poder político/religioso dominante e que podia por preconceito discriminar o povo que lhe fora dado à conduzir como bem quisesse, permitindo ou deixando de permitir o que lhe conviesse. Se Deus é o único Pai, o único Criador, o único Senhor, se criou a tudo e a todos, enfermos e sãos, ricos e pobres, brancos, amarelos, vermelhos e negros, também criou os heterossexuais, homossexuais e os bissexuais como eles são. Os casos de Sodoma e Gomorra são exemplos de iniquidade, idolatria, abuso e comércio da sexualidade e seus prazeres egoístas, depravações, imoralidades e ilegalidades diversas todas produzidas por criaturas egoístas e egocêntricas, totalmente desprovidas de amor à Deus e ao próximo. Com certeza não foi a homossexualidade simples e pura, fruto do amor entre dois seres, que deu causa à tais destruições e sim, a devassidão. Alguns alegam, comparando, que Deus também criou os assassinos, ladrões e malfeitores de toda sorte, mas deu a todos o direito de se arrependerem e que os homossexuais estariam na mesma condição. Claro que um malfeitor pode deixar de sê-lo. O homem não foi criado para fazer mal a seu semelhante. Mas pode um negro ficar branco, um aleijado são, um homem virar mulher? Nem por milagre. Porque então deixar de ser homossexual se a homossexualidade não prejudica a ninguém, se é só uma manifestação do amor que se sente por outra pessoa, independente do que se tenha no meio das pernas?
“Crescei e multiplicai-vos, está escrito, repetem os crentes sem refletir. Se Deus achasse que todos os seres deveriam se reproduzir não teria criado homens e mulheres estéreis, nem homossexuais. E o que dizer daqueles a quem Ele deu missão celibatária? Jesus Cristo, Nosso Senhor, que era o Filho de Deus Vivo, que veio ao mundo com autoridade concedida pelo Pai para representá-lo no ensino, exemplificação e aplicação das Suas Leis, em nenhum momento dos 33 anos de vida que lhe foram concedidos por Deus, apontou, discriminou, condenou ou sequer criticou qualquer homossexual. Foi generoso e rígido com Madalena e com a mulher adúltera, perdoando e orientando, porque uma negociava o prazer sexual que deveria, como deve, ser apenas complemento do amor que se sinta por alguém e a outra porque traía aquele com quem se uniu diante de Deus; mas em nenhum evangelho, de nenhum dos Apóstolos, há qualquer menção por parte de Jesus ou de quem quer que seja à homossexualidade. Foi portanto encarada como coisa natural e sem necessidade de destaque ou discussão. O Mestre exaltou sim, e sempre, a necessidade de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Além disso, e só quem é homossexual sabe, não se escolhe ser e nem pode-se deixar de sê-lo por simples ato da vontade. Nenhum heterossexual poderia ser homossexual e vice versa excetuando-se é claro os casos de bissexualidade.
Todos os que tentaram fracassaram ou se tornaram pessoas amargas e às vezes até violentas. E os que conseguiram realmente não o eram. E os que eram e se casaram com o sexo oposto na maioria absoluta das vezes recaiu, tardiamente, na sua dura realidade sexual vindo eventual- mente a se constranger e até mesmo a envergonhar publicamente seus cônjuges e filhos, criando situações difíceis para si mesmos(as) e para suas famílias. Normalmente nesses casos há uma forte pressão da família, parentes e “amigos” que se preocupam com o futuro do indivíduo, que vai precisar de alguém pra cozinhar, lavar e passar, bem como arrumar a casa e tudo o mais. Às vezes a pessoa não tem a menor habilidade para os serviços domésticos. Preocupa também a situação real e inevitável da possível solidão na terceira idade, caso a família não aceite suas presenças no ambiente doméstico ou eles mesmos demandem solidão. Solidão e senilidade não combinam.
Ainda assim a probabilidade de terem uma companhia na velhice, hoje em dia, já não é tão rara assim; pode ser um(a) amigo(a), namorado(a) ou mesmo um cônjuge, de repente a cara metade. Isso se não morrerem na mocidade. Por fim resta ainda a alternativa cada vez mais dolorosa da realidade das casas de repouso ou asilos para indigentes e abandonados.
Outro fator que leva à enganosa escolha da falsa “normalidade” é a não aceitação da própria homos- sexualidade, o que torna o sujeito revoltado e desrespeitoso consigo mesmo. Tanto quanto as outras vítimas de preconceito e discriminação (negros, árabes, judeus, índios, portadores de deficiências etc.) os homossexuais também podem ser muito cruéis consigo mesmos e com a sua condição sexual. Eu disse podem ser; não afirmei que são. Graças à Deus na maioria das vezes nos casos citados e outros tantos omitidos o problema é social, não próprio dos seres em questão.
Convenhamos. Se os homossexuais pudessem ter outra orientação com certeza não pensariam duas vezes para fazê-lo, mais não fosse para poderem ter um pouco de paz na vida. Vejam bem, estou novamente falando apenas de homossexuais, não de bissexuais. Para os bissexuais assumir outra orientação pode ser bem fácil. Não para os absolutamente homossexuais. Acredito até que em alguns casos de hipnose e/ou lavagem cerebral feita por sacerdotes fanáticos de algumas seitas ou religiões em pessoas altamente frágeis e sugestionáveis possa-se conseguir tal efeito, qual seja, reverter a orientação sexual do indivíduo, mas eu pergunto: estará esse ser cumprindo com o seu destino? Acho que não.
Diante disso eu particularmente prefiro as palavras sábias de Chico Xavier quando disse: “Temos tido alguns entendimentos com espíritos amigos, notadamente com Emmanuel a esse respeito. O homossexualismo, tanto quanto a bissexualidade ou bissexualismo, como a assexualidade, são condições da alma humana. Não devem ser interpretados como fenômenos espantosos, como fenômenos atacáveis pelo ridículo da humanidade. Tanto quanto acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita normal, aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito e acreditamos que o comportamento sexual da humanidade sofrerá, no futuro, revisões muito grandes, porque nós vamos catalogar do ponto de vista da Ciência todos aqueles que podem cooperar na procriação e todos aqueles que estarão numa condição de esterilidade. A criatura humana não é só chamada à fecundidade física, mas também à fecundidade espiritual. Quando geramos filhos, através da sexualidade dita normal, somos chamados também à fecundidade espiritual, transmitindo aos nossos filhos os valores do espírito de que sejamos portadores.
Não nos referimos aqui aos problemas do desequilíbrio, nem aos problemas da chamada viciação nas relações humanas. Estamos nos referindo a condições da personalidade humana reencarnada, muitas vezes portadora de conflitos que dizem respeito seja à sua condição de alma em prova ou à sua condição de criatura em tarefa específica. De modo que o assunto merecerá muito estudo.”
Na minha opinião pode-se até, por ideal nobre, religioso ou não, abster-se de envolvimentos em relações sexuais (assexualidade), sublimando sentimentos e emoções, afim de melhor servir à humanidade como uma só e grande família. Mas continuaria a ser homossexual, embora assexuado por opção. Aí a energia sexual em si mesma estaria, conforme os ensinamentos orientais, sendo sublimada e utilizada no exercício do amor fraternal. Na real, acredito que esse é o grande “barato” para o qual nos preparamos ao longo das diversas experiências corpóreas e extracorpóreas. Começamos na união conjugal aprendendo a amar uma só pessoa, depois na oportunidade da construção da família aprendemos a amar várias pessoas e por fim a todos os seres como uma só família universal.
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