sexta-feira, 10 de setembro de 2010

PREFÁCIO

Não sou escritor. Na realidade não sou ninguém. Muito menos um pretenso dono da verdade. Sou apenas um ser humano, que desde a infância tem sido um observador da vida, dos seres, das situações e das coisas. Para muitos, bem como para mim mesmo, essa é a grande universidade (faculdade). Nasci em berço Espírita (Kardecista), estudei essa doutrina durante 21 anos. Durante esse processo senti que meu caminho se delineava e precisei assumir compromissos espirituais mediúnicos em ambiente Umbandista. Na ânsia de saber cada vez mais, estudei paralelamente à Doutrina Espírita, outras doutrinas e filosofias como a própria Umbanda, o Budismo, o Catolicismo, o Islamismo, o Induísmo, o Evangelismo, o Candomblé etc. Embora muito religioso e Cristão, não tenho uma religião específica. Costumo dizer que “estou” Umbandista. Acredito que temos missões na vida e que essas missões como a própria vida material, tem começo meio e fim.
Aos 8 anos de idade descobri que era diferente da maioria dos meninos que me rodeavam. Filho de pais muito bem esclarecidos e intencionados, especialmente uma mãe culta e inteligente, minha grande e melhor amiga, nunca me senti seguro o suficiente para me abrir com eles a respeito de uma dessas diferenças - a minha orientação sexual. Desencarnaram (faleceram) sem saber. Agora já sabem; ou sempre souberam. A realidade é que sempre me respeitaram. Meu pai embora tenha tentado me fazer gostar das mesmas coisas que ele, tais como futebol e mulher por exemplo, nunca me forçou a nada. Cresci livre para escolher meus próprios caminhos e sob muitos aspectos fui um desastre. Conheço dezenas de homossexuais que adoram e jogam futebol, mas eu nunca gostei.
Não quero com essas páginas senão lançar algumas poucas luzes sobre esse assunto tão velho e polêmico, não obstante sempre e cada vez mais atual, embora ainda mal compreendido, que é a homossexualidade; particularmente a homossexualidade masculina.
Não trago ideias novas, não desejo influenciar pessoas e muitos menos  provocar a quem quer que seja, homossexual ou não, que tenha essa ou aquela ideologia ou orientação. Quero apenas usar o direito de manifestação do meu pensamento e ajudar a esclarecer e definir o que já existe. Acho que a ignorância é o segundo grande mal da humanidade;  o primeiro é o egoísmo.
Estou aberto a qualquer conversa pacífica e/ou correção de meu ponto de vista, quando necessário e se for o caso. Desde já me desculpo com qualquer pessoa que possa eventualmente constranger ou até mesmo ofender com minhas opiniões. Gostaria de frisar que quase todas as exposições que aqui faço são relacionadas apenas à homossexualidade e não à bissexualidade ou heterossexualidade, excetuando-se, é claro, as definições, que sempre busquei nos dicionários.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

DEFINIÇÕES

Por incrível que possa parecer encontro diariamente pessoas que não sabem o significado das palavras que designam as orientações sexuais existentes. Para ajudá-las resolvi colocar aqui algumas definições que embora sejam óbvias para muitos vão ajudar a outros tantos que ignoram por completo o tema ou tem dificuldade para entender. É necessário conhecer-se as definições e conceitos básicos a fim de distinguir os diversos aspectos de uma manifestação humana e não se confundir nem confundir aos outros. A diversidade com que se apresentam os seres causa às vezes, na ignorância dessas definições, entendimentos errados que só servem para fortalecer as discriminações preconceituosas. Há uma grande confusão no entendimento e utilização dos termos homossexual, travesti, transexual, transformista, gay, etc., sem falar nos chulos bicha, veado, maricão, frutinha, boiola e por aí afora. Os próprios termos preconceito e discriminação são frequentemente usados de maneira incorreta.
Assim temos, tanto para homens quanto para mulheres, três orientações básicas que são heterossexualidade, bissexualidade e homossexualidade, cujos sinônimos estão nos dicionários e que transcrevo a seguir:-

Heterossexual:- hetero quer dizer diferente, assim heterossexual é o indivíduo que só tem afinidade sexual com pessoas de sexo diferente do seu, isto é, um homem só sente atração por uma mulher e uma mulher por um homem. É a relação defendida por muitos como natural, normal etc. mas, definitivamente, não é a mais comum. Acreditem, muitos bissexuais não assumem e às vezes até desconhecem o que são, dando a impressão que são heterossexuais.
Bissexual:- é quando um indivíduo, um homem ou uma mulher, tem afinidade sexual com indivíduos de ambos os sexos isto é, o homem se relaciona sexualmente (transa) com homens e mulheres e a mulher também, se relaciona (transa) com homens e mulheres, indistintamente. Pode ser com um parceiro de cada vez ou coletivamente.
Homossexual:- homo quer dizer igual, portanto homossexual é o indivíduo, homem ou mulher, que só se relaciona  sexualmente com pessoas do mesmo sexo dele próprio. Assim, uma mulher só sente atração por outra mulher e um homem por outro homem. Não existe afinidade para com os opostos. Tenho observado, ao longo da vida, que o número de pessoas absolutamente homossexuais tanto quanto o de absolutamente heterossexuais é menor do que o de bissexuais.
As pessoas podem ser discretas ou afetadas conforme a sua manifestação pessoal sem que isso defina a orientação sexual delas. Algumas tem um comportamento padrão de acordo com o seu gênero, masculino ou feminino, outros não.
Assim podemos ter homens afeminados e mulheres masculinizadas que não são homossexuais. Alguns, mais raros, podem até ser assexuados (sexualmente inativos).

Quanto à manifestação (expressão,revelação), temos ainda as seguintes variações:-

Travesti:- indivíduo que se veste ou se disfarça com roupas do sexo oposto; são homens vestidos de mulheres ou mulheres vestidas de homem. É considerada uma arte, muito utilizada por homossexuais, bissexuais e até por alguns raros heterossexuais, quase sempre com grande evidência e brilho. Pode também ser utilizada para fins de meretrício.
Transformista:- não encontrei definição que se aplique à homossexualidade. Imagino ser exatamente o que a palavra sugere, isto é, um ser que se transforma em outro usando de artifícios como roupas, enfeites, maquiagem etc.. Um travesti artístico (tipo Drag Queen) talvez. Independe de orientação sexual.
Transexual:- No dicionário diz que é indivíduo convicto de pertencer ao outro sexo, o que o leva a tudo fazer para que sua anatomia e seu comportamento sejam o máximo possível conformes à sua convicção.
- Indivíduo que muda de sexo através de cirurgia corretiva específica, com aplicação de artifícios como silicone e outros, para adequá-lo à sua conformação psíquica e mental (esse complemento é meu).

Gay (pronuncia-se guei):- Homossexual masculino. Hoje em dia algumas pessoas usam esse termo também para definir as homossexuais femininas tradicionalmente definidas como lésbicas.

Bicha:-  Homossexual masculino afetado (afeminado e passivo).

Maricão:- De maricas,  que é homem afeminado e/ou que se ocupa de afazeres de mulher. Essa definição está obsoleta já que os afazeres considerados próprios de mulheres, tanto quanto os de homens, já não o são, em função das necessidades impostas pela vida moderna.
Veado:- Homossexual passivo, quase sempre discreto, podendo ser afetado.
Normal:- Conforme à norma, à regra de procedimento; regular. É mais ou menos como a moda. Obedece às convenções criadas ou ditadas pelos seres humanos.

Preconceito :- Conceito, julgamento ou opinião formados antes de se ter os conhecimentos adequados.  Superstição, crendice; pré juízo.

Discriminação:- Discernimento. Diferenciação, distinção. Separação. Segregação.

É preciso esclarecer e assumir. É muito comum ver-se por aí, no universo masculino, caras que transam com homossexuais passivos e que se acham machos, dizem que o negócio deles é mulher e que quando muito também comem um veadinho. Não percebem que quando afirmam isso (que comem veadinhos) estão declarando e assumindo a própria homossexualidade ou, no mínimo, a bissexualidade. Um homem que se relaciona sexualmente com outro homem, é homossexual ou bissexual. Não importa se vai “dar” ou “comer”. Se prefere dar ser (penetrado) é homossexual passivo, se prefere comer (penetrar) é homossexual ativo. Mas ambos são, naquele momento, homossexuais. Isso sem falar nos ativos/passivos, ou seja,  homossexuais que possuem as duas características, a passividade e a atividade, o famoso e vulgarmente conhecido gillette (que corta dos dois lados).

Machismo:- O que se conceitua e se entende por macho, afinal? É o heterossexual incondicional, o reprodutor, aquele tipo de homem que só se relaciona sexualmente com uma mulher e que não admite que outro homem lhe toque o corpo com intenções libidinosas em nenhuma hipótese? Ou será o cara grosseiro, agressivo aquele que não pede, toma? Ou será que é a soma das duas definições? Ou será ainda aquele que é a soma das duas, mas que por baixo dos panos é bissexual e, socialmente, é desrespeitoso com a homo ou bissexualidade alheia. Não sei. Só sei que o homem inteiramente heterossexual é seguro de si. Esse tipo de homem é menos comum naturalmente. Normalmente não se torna agressivo diante de um homossexual ou seja, a orientação sexual alheia não lhe incomoda. Pelo menos se for respeitado. Jamais cede a um assédio ou cantada de um homo, saindo fora ,quase sempre de maneira gentil. Daí se conclui que se o cara se irrita muito fácil e gratuitamente, sem razão quando diante de um homo ou bissexual, tem alguma coisa errada. Freud explica.
Enfim, como já disse, o que tenho podido observar em meio século de vida, é que a maioria dos seres tem uma inata tendência à bissexualidade e pode eventualmente fazer uso disso. Ou não.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

OPINIÕES

Dizem, e insistem, que a homossexualidade é uma opção sexual. Mentira! É ridícula a insistência na referência ao assunto usando essa terminologia. O que é opcional é assumir-se ou não o que se é. Eu particularmente descobri que era homossexual aos 8 anos de idade. Dos 12 aos 18 anos, prevendo o que teria que enfrentar futuramente tentei, e Deus é testemunha disso, de todas as formas, dar outro rumo à minha vida. Tive algumas namoradas bonitas e gostosas (pra quem gosta) e tentava de todas as formas me estimular e até mesmo imitar meus amigos e primos com quem andava na época. Era pura enganação. Me enojava o contato com o sexo oposto e nem de longe me excitava sexualmente. Mas bastava um braço ou uma perna de outro cara me tocar ou roçar em mim pra me deixar excitado, literalmente pênis ereto. Na real, às vezes, bastava apenas um olhar.
Desculpem mas opção é escolha e ninguém escolhe uma merda dessas para sua vida. Não que a homossexualidade em si mesma seja uma merda, já que é uma relação humana amorosa, digna e louvável como qualquer outra. Merda é ter que lidar com seres humanos hipócritas, preconceituosos, discriminativos, desrespeitosos e intolerantes, como os que constituíram e constituem as sociedades humanas em todos os tempos, com muitas exceções graças à Deus. Atualmente existe até um termo novo que define esse posicionamento radical; chama-se HOMOFOBIA. Bonito né? HOMOFOBIA... e está até em vias de ser considerado crime! Fato praticamente consumado! Precisa palavra especial pra isso? RESPEITO não basta?
Essa questão sexualidade deve ser encarada como orientação sexual, fruto de características determinadas geneticamente na formação do ser e que vem se manifestar como afinidades, gostos, tendências etc. Por enquanto só Deus pode explicar o porque dessas manifestações diferentes na sua criação. Mesmo sob o ponto de vista espiritualista da reencarnação, as explicações são tantas e às vezes tão complexas que fica difícil chegar-se a uma conclusão, até porque as causas são individuais. Quase sempre as incursões nesse campo não passam de mera especulação. Mas com certeza a Sabedoria Divina que tem um propósito para tudo, tem também para isso. E a sociedade, mesmo com todas as dificuldades que encontra, ao ter que lidar com esse assunto, tem se mostrado mais respeitosa, tolerante e compreensiva, reconhecendo sua hipocrisia e a importância sócio-econômica dos homossexuais como contribuintes nos impostos e taxas públicas e principalmente como consu- midores, coisa que num regime capitalista é de suma importância. Falou em dinheiro, a coisa muda completamente de figura. A mídia também tem colaborado para isso sempre que trata do assunto com a necessária seriedade. Mas muitas conquistas ainda precisam ser feitas como a oficialização das uniões civis com tudo o que ela envolve como o reconhecimento dos direitos dos cônjuges, a criminalização da homofobia, direito à adoção etc.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

FATO

Tudo o que tenho observado no campo dos debates é tão pouco esclarecedor que quase sempre mais constrange os próprios homossexuais, seus familiares, amigos e aqueles, simpatizantes ou não, que tentam compreender melhor o assunto. Com raras exceções pode-se ver e ouvir pessoas equilibradas, lúcidas, coerentes e amorosas em debates públicos, objetivando esclarecer com responsabilidade. Na maioria das vezes são reunidos em programas televisivos pessoas sem muito preparo, de áreas de atuação diversas e conflitantes, com o objetivo de ver “o circo pegar fogo”,  tudo pela conquista da cobiçada audiência. Quase sempre são travestis, pastores e/ou padres e médicos e/ou psicólogos, jornalistas etc., aos quais não são dadas as condições mínimas para o debate, falando todos ao mesmo tempo, desrespeitosamente, enfim, uma grande mixórdia. É óbvio que não tenho nada contra qualquer forma de manifestação humana. É que, não sei porque, sempre são convidados homossexuais afetados, isto é, homens afeminados ou mulheres masculinizadas, ou “ex-gays”, como se todos os homossexuais fossem assim, iguais na manifestação. Não são! Isso na cabeça da maioria das pessoas, que não estão acostumadas a observar e pensar e sim a absorver opiniões alheias, estigmatiza e forma o falso conceito de que a manifestação determina a orientação sexual da pessoa, a tal ponto que quando alguém discreto diz que é homossexual as pessoas não acreditam e até se assustam reagindo com aquela afirmação “nossa! as aparências enganam não?“. Existem homens impecavelmente másculos na voz, nos gestos e trajes e mulheres perfeitamente femininas, delicadas, sensíveis, igualmente nos gestos e trajes e que são homossexuais. Esses também deveriam ser convidados embora, devo concordar, estejam menos disponíveis e sejam portanto de mais difícil acesso, porque não querem se expor, prevendo o que poderia rolar num debate e suas conseqüências. Quem perde com isso são os homossexuais é claro, e a sociedade como um todo. E perdem naquilo que o ser humano pode ter de melhor. A dignidade.
Aliás debate, ao meu ver, é uma coisa muito burra; seja político, científico, filosófico, social, econômico, religioso etc. Nunca vi nenhum funcionar, no que diga respeito a obter os esclarecimentos, entendimentos e acordos fraternos pretendidos, baseados em respeito recíproco. A própria palavra debate já define a coisa em si mesma, ou seja, é “troca de opiniões durante a qual os adversários defendem com animação interesses opostos. Querela, discussão, altercação.” Essa animação muitas vezes termina até em pancadaria coisa bem pouco fraterna, didática e esclarecedora. Sou mais uma conferência ou uma conversa comum, onde as partes não atacam nem defendem, expondo suas idéias e convicções de maneira civilizada.
Até porque, meus queridos, não há coisa alguma a ser discutida. Existem sim fatos a serem constatados. A homossexualidade, como nos dias atuais, sempre existiu. Isto é um fato. E os direitos e deveres das pessoas homossexuais são iguais aos de todos os demais cidadãos. Obedecem a mesma constituição, direitos humanos, código civil, código de defesa do consumidor, estatuto do adolescente, códigos morais e éticos, tem a sua religiosidade e o cacete. Normalmente são excelentes filhos,  pais (de filhos legítimos ou adotados) e amigos. São quase sempre muito inteligentes e criativos. E, quando não prestam, também são sacanas, desonestos, criminosos e falsos como qualquer outro ser humano. Resumindo, a orientação sexual das pessoas não faz delas nenhum bicho de sete cabeças. Nem anjos, nem demônios.
É muito fácil julgar os outros e determinar o que é certo, natural, divino, etc. de acordo com o que nos parece lógico, principalmente quando não experimentamos nem vivenciamos as situações criticadas – é o famoso “pré conceito”. Acontece que existem muito mais coisas na natureza e entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa ciência, filosofia e religião.
O que é certo é que para o homossexual uma relação heterossexual é tão anormal quanto uma relação homossexual para um heterossexual. Os sentimentos de estranheza e repulsa são igualmente intensos. A falta de compreensão e aceitação dessa realidade dá origem aos mais diversos e graves erros na abordagem e avaliação do assunto. Tenho experimentado e ouvido de muitos homossexuais narrativas do tipo “não rola", "me irrita", "tenho náuseas", "não me excita sexualmente", "prefiro a solidão", sempre que são convidados a mudar, mesmo experimentalmente o relacionamento sexual.  Não importa aí se o homossexual é ativo ou passivo. É sempre a mesma situação. Vejam bem, estou me referindo apenas à homossexualidade.
Conheço pessoas que não suportam determinados alimentos. Uns não gostam de carne vermelha, outros de frango, porco ou frutos do mar. Muitos não suportam legumes e/ou verduras. Tenho uma amiga que nunca na vida comeu macarrão e ninguém consegue sequer convencê-la de experimentar. Algumas pessoas, por serem alérgicas,  não podem mexer com a terra. Outras não suportam o vento, o frio ou o calor. Outras tantas não toleram os perfumes tão agradáveis às demais. Porque deveriam as pessoas no aspecto sexual serem iguais ou obrigadas à uma ação incoerente para consigo mesmas? Tem um ditado antigo (adoro ditados) que diz:- o que é do gosto é o regalo da vida.
Se eu tenho olhos castanhos e prefiro azuis basta adquirir um par de lentes de contato e mudar quando quiser. Se eu tenho nariz grande e quero pequeno, faço uma plástica e corrijo. Se eu sou mais gordo ou mais magro do que gostaria e quero inverter a situação posso, controlando a alimentação, obter os resultados desejados. Mas não posso restaurar um membro perdido, deformado ou que falte por motivos congênitos. Não posso mudar minhas impressões digitais, nem o formato ou a fisiologia dos meus órgãos e vísceras, nem tornar fértil um ser estéril, nem alimentar meu corpo com substâncias às quais ele seja alérgico, entre milhares de outras coisas. Concordo que quando se quer pode-se quase qualquer coisa. Mas do ponto de vista da orientação sexual levaria tanto tempo que talvez quando lograsse o objetivo já estivesse na hora de morrer. Vamos supor que eu conseguisse isso na atual encarnação. Morreria heterossexual masculino, gostando de mulher, e na próxima encarnação talvez nascesse mulher. Qual o sentido do sacrifício? Acho preferível ser natural e ser natural pra mim é ser o que sou, como a natureza me fez por determinação Divina. Deus fez a alma mas também fez o corpo a mente. Posso até acordar amanhã hetero ou bissexual mas, acreditem, terá sido uma milagre (determinação Divina).

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

QUANTA IGNORÂNCIA

Dizem que a homossexualidade é enfermidade psíquica, fruto de traumas causados por decepções amorosas. Uns dizem que é “desequilíbrio hormonal”, outros “pura promiscuidade”. Para os excessivamente religiosos, os fanáticos, é coisa do diabo. Eles leem a palavra bíblica mas não a compreendem porque não a situam no contexto da história (época e lugar) e não usam o raciocínio, a inteligência que Deus deu, nem o sentimento (amor) na análise e síntese daquilo que foi escrito, e saem acreditando em tudo o que os sacerdotes manipuladores e os fiéis menos esclarecidos dizem ser a verdade. Para alguns cientistas, sem razão e honestidade, é simples loucura, patogenia ou qualquer outra coisa que a ciência deles não consegue explicar. Aberração, anormalidade, promiscuidade, abominação, são as palavras mais bonitas que os néscios intolerantes, que não conseguem conviver com as diferenças, tem na ponta da língua, quando se referem à homossexualidade. Todas poderiam ser aplicadas com certeza à heterossexualidade em algumas das suas diversas manifestações e conduções.
Quanta bobagem! A homossexualidade é apenas uma das muitas faces do AMOR entre os seres da criação. Manifestação mais do que natural haja visto que pode ser observada nos reinos ditos inferiores da criação quais sejam o vegetal e o animal; há quem afirme que até no mineral. No animal especialmente, as manifestações de afeto vinculadas à sexualidade são facilmente observadas. Na rua em que moro há um casal de cachorros de rua (SRD) um homossexual e o outro aparentemente bissexual que evidentemente se amam, andam sempre juntos, se beijam (lambem) roçam e até simulam uma relação sexual e um deles é indiferente às cadelas mesmo quando no cio. Numa casa vizinha uma cadela de raça que eventualmente sai para passear com sua dona arranjou na rua uma namorada (cadela SRD) e sempre que se encontram volta pra casa acompanhada. Depois que entra em casa a namorada fica ao portão deitada, triste e suspirosa. Ouvi de um amigo: ah...mas eles são animais, não pensam! E eu digo: exatamente por isso refletem a lei natural. A ausência do raciocínio pode quando muito limitar na concretização da relação sexual genital mas não impede a manifestação do sentimento. Os animais ditos irracionais diferentemente dos seres humanos não têm ego. Amam apenas, em obediência ao instinto que reflete a Lei de Amor que é a própria vida que os anima.  E o AMOR é o que mais interessa. O AMOR é o que move o Universo. E Universo, pra quem não sabe, é por definição o conjunto de todas as realidades criadas; e por quem? Por Deus, o único Criador. A INTELIGÊNCIA é uma faculdade indispensável ao progresso da vida e do homem mas na ausência do AMOR leva a humanidade às mais loucas ações contra si mesma e o planeta em que habita instaurando o caos. Igualmente o AMOR sem INTELIGÊNCIA aniquila as melhores oportunidades de progresso em todos os setores da atividade humana. O equilíbrio entre a INTELIGÊNCIA e o AMOR são indispensáveis à vida. Mas se um dos dois deva faltar que seja a inteligência, pois sem AMOR não há vida. A natureza é prova disso. Aliás AMAR é a coisa mais inteligente que um ser pode fazer. Inteligência sem AMOR é astúcia. Urge porém discernir como se ama e como se é amado. Evocando mais uma vez a Mãe Natureza vemos que os parasitas por certo agarram-se às próprias vítimas atendendo a impulsos de bem querer.

domingo, 5 de setembro de 2010

NA HISTÓRIA E NA RELIGIÃO

A homossexualidade sempre esteve presente nas sociedades humanas, nos animais e vegetais desde o primórdio dos tempos, neste planeta. A prova disto é que na Bíblia, o mais antigo dos livros humanos que dá conta de um Deus e suas Leis, já existe menção proibitiva e discriminativa para relacionamentos sexuais entre indivíduos do sexo masculino, e apenas para o sexo masculino. No livro Levítico, capítulo 18, versículo 22 está escrito o seguinte: “Não te deitarás com varão, como se fosse mulher. É abominação.” Isso é uma referência apenas à homossexualidade masculina. Quer dizer mulher deitando com outra como se fosse varão podia!? Preconceito e discriminação machista! Essa é, em toda a Bíblia, a única citação a respeito da homossexualidade, que consegui encontrar. Já refletia o machismo que dominou e ainda domina as nossas sociedades, particularmente as árabes e orientais de um modo geral, mas que felizmente já tem seus dias contados, já que não se pode tampar o sol com uma peneira. Todos os outros assuntos relativos à Lei de Deus, nas proibições e condenações, são pregados à exaustão. Se Deus, o Criador, o poder supremo do Universo, não aceitasse a homossexualidade, por certo não a teria criado ou no mínimo não permitiria sua manifestação. Isto cheira mais como Lei de Moisés, exercício de manipulação e adequação da Lei Divina, coisa comum em Moisés que era o poder político/religioso dominante e que podia por preconceito discriminar o povo que lhe fora dado à conduzir como bem quisesse, permitindo ou deixando de permitir o que lhe conviesse. Se Deus é o único Pai, o único Criador, o único Senhor, se criou a tudo e a todos, enfermos e sãos, ricos e pobres, brancos, amarelos, vermelhos e negros, também criou os heterossexuais, homossexuais e os bissexuais como eles são. Os casos de Sodoma e Gomorra são exemplos de iniquidade, idolatria, abuso e comércio da sexualidade e seus prazeres egoístas, depravações, imoralidades e ilegalidades diversas todas produzidas por criaturas egoístas e egocêntricas, totalmente desprovidas de amor à Deus e ao próximo. Com certeza não foi a homossexualidade simples e pura, fruto do amor entre dois seres, que deu causa à tais destruições e sim, a devassidão. Alguns alegam, comparando, que Deus também criou os assassinos, ladrões e malfeitores de toda sorte, mas deu a todos o direito de se arrependerem e que os homossexuais estariam na mesma condição. Claro que um malfeitor pode deixar de sê-lo. O homem não foi criado para fazer mal a seu semelhante. Mas pode um negro ficar branco, um aleijado são, um homem virar mulher? Nem por milagre. Porque então deixar de ser homossexual se a homossexualidade não prejudica a ninguém, se é só uma manifestação do amor que se sente por outra pessoa, independente do que se tenha no meio das pernas?
“Crescei e multiplicai-vos, está escrito, repetem os crentes sem refletir. Se Deus achasse que todos os seres deveriam se reproduzir não teria criado homens e mulheres estéreis, nem homossexuais. E o que dizer daqueles a quem Ele deu missão celibatária? Jesus Cristo, Nosso Senhor, que era o Filho de Deus Vivo, que veio ao mundo com autoridade concedida pelo Pai para representá-lo no ensino, exemplificação e aplicação das Suas Leis, em nenhum momento dos 33 anos de vida que lhe foram concedidos por Deus, apontou, discriminou, condenou ou sequer criticou qualquer homossexual. Foi generoso e rígido com Madalena e com a mulher adúltera, perdoando e orientando, porque uma negociava o prazer sexual que deveria, como deve, ser apenas complemento do amor que se sinta por alguém e a outra porque traía aquele com quem se uniu diante de Deus; mas em nenhum evangelho, de nenhum dos Apóstolos, há qualquer menção por parte de Jesus ou de quem quer que seja à homossexualidade. Foi portanto encarada como coisa natural e sem necessidade de destaque ou discussão. O Mestre exaltou sim, e sempre, a necessidade de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Além disso, e só quem é homossexual sabe, não se escolhe ser e nem pode-se deixar de sê-lo por simples ato da vontade. Nenhum heterossexual poderia ser homossexual e vice versa excetuando-se é claro os casos de bissexualidade.
Todos os que tentaram fracassaram ou se tornaram pessoas amargas e às vezes até violentas. E os que conseguiram realmente não o eram. E os que eram e se casaram com o sexo oposto na maioria absoluta das vezes recaiu, tardiamente, na sua dura realidade sexual vindo eventual- mente a se constranger e até mesmo a envergonhar publicamente seus cônjuges e filhos, criando situações difíceis para si mesmos(as) e para suas famílias. Normalmente nesses casos há uma forte pressão da família, parentes e “amigos” que se preocupam com o futuro do indivíduo, que vai precisar de alguém pra cozinhar, lavar e passar, bem como arrumar a casa e tudo o mais. Às vezes a pessoa não tem a menor habilidade para os serviços domésticos. Preocupa também a situação real e inevitável da possível solidão na terceira idade, caso a família não aceite suas presenças no ambiente doméstico ou eles mesmos demandem solidão. Solidão e senilidade não combinam.
Ainda assim a probabilidade de terem uma companhia na velhice, hoje em dia, já não é tão rara assim; pode ser um(a) amigo(a), namorado(a) ou mesmo um cônjuge, de repente a cara metade. Isso se não morrerem na mocidade. Por fim resta ainda a alternativa cada vez mais dolorosa da realidade das casas de repouso ou asilos para indigentes e abandonados.
Outro fator que leva à enganosa escolha da falsa “normalidade” é a não aceitação da própria homos- sexualidade, o que torna o sujeito revoltado e desrespeitoso consigo mesmo. Tanto quanto as outras vítimas de preconceito e discriminação (negros, árabes, judeus, índios, portadores de deficiências etc.) os homossexuais também podem ser muito cruéis consigo mesmos e com a sua condição sexual. Eu disse podem ser; não afirmei que são. Graças à Deus na maioria das vezes nos casos citados e outros tantos omitidos o problema é social, não próprio dos seres em questão.
Convenhamos. Se os homossexuais pudessem ter outra orientação com certeza não pensariam duas vezes para fazê-lo, mais não fosse para poderem ter um pouco de paz na vida. Vejam bem, estou novamente falando apenas de homossexuais, não de bissexuais. Para os bissexuais assumir outra orientação pode ser bem fácil. Não para os absolutamente homossexuais. Acredito até que em alguns casos de hipnose e/ou lavagem cerebral feita por sacerdotes fanáticos de algumas seitas ou religiões em pessoas altamente frágeis e sugestionáveis possa-se conseguir tal efeito, qual seja, reverter a orientação sexual do indivíduo, mas eu pergunto: estará esse ser cumprindo com o seu destino? Acho que não.
Diante disso eu particularmente prefiro as palavras sábias de Chico Xavier quando disse: “Temos tido alguns entendimentos com espíritos amigos, notadamente com Emmanuel a esse respeito. O homossexualismo, tanto quanto a bissexualidade ou bissexualismo, como a assexualidade, são condições da alma humana. Não devem ser interpretados como fenômenos espantosos, como fenômenos atacáveis pelo ridículo da humanidade. Tanto quanto acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita normal, aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito e acreditamos que o comportamento sexual da humanidade sofrerá, no futuro, revisões muito grandes, porque nós vamos catalogar do ponto de vista da Ciência todos aqueles que podem cooperar na procriação e todos aqueles que estarão numa condição de esterilidade. A criatura humana não é só chamada à fecundidade física, mas também à fecundidade espiritual. Quando geramos filhos, através da sexualidade dita normal, somos chamados também à fecundidade espiritual, transmitindo aos nossos filhos os valores do espírito de que sejamos portadores. 
Não nos referimos aqui aos problemas do desequilíbrio, nem aos problemas da chamada viciação nas relações humanas. Estamos nos referindo a condições da personalidade humana reencarnada, muitas vezes portadora de conflitos que dizem respeito seja à sua condição de alma em prova ou à sua condição de criatura em tarefa específica. De modo que o assunto merecerá muito estudo.”

Na minha opinião pode-se até, por ideal nobre, religioso ou não, abster-se de envolvimentos em relações sexuais (assexualidade), sublimando sentimentos e emoções, afim de melhor servir à humanidade como uma só e grande família. Mas continuaria a ser homossexual, embora assexuado por opção. Aí a energia sexual em si mesma estaria, conforme os ensinamentos orientais, sendo  sublimada e utilizada no exercício do amor  fraternal. Na real, acredito que esse é o grande “barato” para o qual nos preparamos ao longo das diversas experiências corpóreas e extracorpóreas. Começamos na união conjugal aprendendo a amar uma só pessoa, depois na oportunidade da construção da família aprendemos a amar várias pessoas e por fim a todos os seres como uma só  família universal.

sábado, 4 de setembro de 2010

NA CIÊNCIA

Conceitos:-

Ciência = Conhecimento exato e racional de coisa determinada. Conjunto de disciplinas visando à mesma ordem de conhecimentos.
Medicina = Arte e ciência de curar e prevenir as doenças. Qualquer medicamento. Aquilo que remedia um mal; socorro, auxílio.
Psiquiatria = Parte da Medicina que se ocupa das doenças mentais.
Psicologia = Ciência que trata da mente e de fenômenos e atividades mentais. 2. Ciência do comportamento animal e humano em suas relações com o meio físico e social.

Não existem catalogados estudos científicos que comprovem cientificamente que a homossexualidade é uma enfermidade física ou mental. Não obstante, mesmo hoje em dia com todas as formas globalizadas de comunicação e informação, onde a mídia televisiva comparece como a mais importante formadora de opiniões, por ser mais popular, muitas pessoas ainda não aceitam as diversidades em geral, principalmente a homossexualidade, acreditando ser uma aberração da natureza, ensinando tal besteira aos seus filhos e entes queridos influenciando-os a pensarem igual e por sua vez a também ensinarem assim.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

NA NATUREZA

Conceito:-

Natural - Que pertence ou se refere à natureza. Produzido pela natureza, ou de acordo com suas leis. Que segue a ordem regular das coisas.

Basta um olhar na natureza e com um mínimo de inteligência e capacidade de observação consegue-se constatar a homossexualidade. Como nos seres humanos, nos cães, gatos, aves, peixes, répteis, anfíbios, no gado eqüino, bovino, suíno, caprino etc. Qualquer pessoa observadora e de cabeça descondicionada pode ver o amor homossexual se manifestando, eventualmente, dentro dos limites que as anatomias e fisiologias impõem é claro. Mas o carinho e a sensualidade ali se encontram presentes sem equívocos.
No reino vegetal a diversidade é ainda maior e mais freqüente. Ali o seres hermafroditas são comuns ao contrário das espécies dos outros reinos. Mas o amor continua sendo a mola propulsora de todas as manifestações pois todos carregam em si a Centelha (Essência) Divina.

 



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

NA FILOSOFIA

NA FILOSOFIA

Conceito:-

Filosofia - Estudo geral sobre a natureza de todas as coisas e suas relações entre si; os valores, o sentido, os fatos e princípios gerais da existência, bem como a conduta e destino do homem.

Voltando à questão da anormalidade e conversão do homossexual em heterossexual, muitos indivíduos descobrem-se homossexuais ou bissexuais bem cedo na vida, na infância mesmo. Outros em plena juventude ou mocidade. Outros bem mais tarde, quando já maduros ou mesmo idosos. Em alguns casos de homossexualidade masculina, a manifestação é tão feminina (indivíduo afeminado) que mesmo que houvesse uma mudança de preferência sexual seria quase impossível achar uma mulher heterossexual que concordasse em casar com um homem que parecesse mulher. O sonho de uma mulher hete-rossexual quase sempre é casar com um protótipo de macho.
Os seres humanos tem uma tendência muito forte ao egoísmo. A própria busca do prazer é teste-munha disso. Somos egoístas, criamos com o nosso egoísmo situações difíceis, estressantes e para aliviar os maus efeitos de nossa própria criação buscamos o prazer, através dos excessos sexuais e alimentares, das drogas lícitas e ilícitas, do lazer sem nexo, do consumo compulsivo etc. Nesse afã de satisfazer o ego usamos o amor e o amar conforme o grau de maturidade espiritual que tenhamos atingido. Quando espiritualmente crianças queremos mais ser amados, quando jovens queremos amar e ser amados e quando maduros nos preocupamos mais com o amar. Isso independe da idade física. Por isso as relações tão pouco duradouras. Na maioria das vezes, e aqui novamente não importa a orientação sexual, basta-nos o moderno ficar algumas horas ou dias, ou transar, dar umas boas gozadas e pronto. Adeus relação. Precisamos logo mudar de parceiro(a). Isso sem falar que nem sempre nos preocupamos com o prazer do outro. Se gozamos já está de bom tamanho. Puro egoísmo e arrogância. Um pouco mais de humildade e altruísmo seria desejável.
Homossexuais são freqüentemente taxados de promícuos, depravados, sexomaníacos, tarados etc. como se apenas fizessem sexo por prazer, sem amor e sempre com parceiros diferentes. Alguns de nós seres humanos somos assim sexualmente insaciáveis sejamos hétero, bi ou homossexuais. Alem disso, é claro, muitos homossexuais em determinados momentos (fases) da suas vida se comportam assim e um dos fatores que por certo levam a isso é a solidão, a dificuldade de ter um parceiro fixo, por causa do preconceito e da discriminação social, o que gera uma ansiedade e carência exageradas. Nem sempre as pessoas que amamos e que gostaríamos de ter ao nosso lado incondicionalmente tem disponibilidade para tanto, já que às vezes são pessoas comprometidas social e economicamente com o sistema. Outro fator que leva à rejeição é o da homossexualidade não assumida; o indivíduo é homossexual e não se aceita nessa condição, optando por ficar no armário ou enrustido,  gera problemas sérios de auto estima que se refletem na vida social e sobremaneira na vida afetiva. Um das situações decorrentes disso é ser levado à um casamento heterossexual inadequado gerando uma bissexualidade forçada e uma heterossexualidade aparente, momentânea, que mais tarde tem uma recaída na real condição gerando finalmente a liberação da homossexualidade bloqueada e todos os problemas conjugais, familiares e sociais correspondentes. Não vou nem falar aqui dos casos de paixão unilateral ou seja um homossexual que se apaixona por um heterossexual. O fato é que quando o relacionamento não é absolutamente possível  é o bicho. Se o amor for recíproco menos mal, pode-se até namorar escondido, à moda antiga. Mas quando não somos correspondidos é o inferno em vida. A rejeição causa dores e mal estares que se juntam com todos os outros sentimentos negativos decorrentes da própria situação que se vivencia em meio aos preconceitos e discriminações. Dependendo do valor (o peso) que tem o sexo para nós, e isso é diferente para cada indivíduo, somos mais ou menos estimulados a procurar o sexo avulso que compense a carência e amorteça a dor da solidão e/ou da rejeição.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

NA FAMÍLIA


O ambiente familiar em qualquer hipótese deveria ser sempre o lugar mais adequado para se viver. Infelizmente nem sempre é assim. Muitos filhos ao descobrirem a sua homossexualidade se desesperam e reúnem toda a sua coragem para “voar” para fora do ambiente doméstico e procurar independência e privacidade, que nem sempre encontram. Seria desejável que usassem essa mesma coragem para, permanecendo no lar, abrirem espaço para a compreensão e o amor fraternal, que suscitasse o respeito recíproco e a tolerância, necessários ao relacionamento comum entre pais, filhos, irmãos e todas as demais pessoas que ali habitarem. A Fé e uma religiosidade coerente tem papel primordial nessa hora. Ajudam na humildade e na resignação. Não há nada de errado em se ser humilde e resignado. O excesso dessas virtudes é que pode se confundir com humilhação, no sentido ruim da palavra. Felizes são as pessoas que possuem uma religiosidade inata. Essas conseguem pela fé em Deus e sua providência suportar com muito mais facilidade os reveses da vida. Quando se é diferente dos demais, é sempre de bom alvitre ter fé em Deus, na vida e principalmente em si mesmo. Confiar no bom senso, carinho e compreensão dos familiares também é bom. Mesmo quando tudo pareça conspirar contra a harmonia que se deseja, às vezes, o inesperado acontece para nossa felicidade. E se assim não for, nos resta a consciência tranqüila do dever cumprido, de haver tentado com honestidade esclarecer e suportar uma situação cuja realidade pode não ser agradável a ninguém, principalmente para o homossexual. De qualquer forma é preciso ter em mente, com a maior clareza possível, que ninguém mais do que o homossexual sofre com as conseqüências de sua orientação sexual que, repito,  não é opção. Além dos possíveis problemas de rejeição da família, sociedade, mercado de trabalho etc. ainda tem todos os problemas comuns nas relações amorosas como a rejeição, amor não correspondido, traição etc. agravados pelo fato de não poderem se expor nem expor sua relação, sob pretexto de chocarem os “normais” e serem agredidos. Ai daqueles, especialmente os homens, que tentarem sair por aí de mãos dadas com seu amor, passeando pelas ruas da cidade. As mulheres até são mais toleradas, mas os homens... Tentar um beijo então, em alguns lugares, ainda é caso para linchamento. Exceto em paradas GLBTS é claro.

Por tudo isso e muito mais:-

Pais, amem e respeitem seus filhos homossexuais como são e principalmente não interfiram em sua orientação querendo mudá-los porque eles próprios com  certeza já tentaram. E procurem por todos os meios levarem os demais familiares ao mesmo nível de tolerância e respeito para que a paz possa reinar no lar e a felicidade possa chegar para todos.
Filhos homossexuais procurem se ajustar à ponderação, agindo com humildade, respeito, abnegação e apurado senso de realidade, evitando chocar, agredir e ofender, afim de que possamos ter o necessário apreço que pleiteamos para vivermos.
As conseqüências sociais decorrentes de tal exemplo serão sem sombras de dúvidas as mais benéficas e todos nós iremos colher e saborear com justo orgulho os frutos doces e sazonados do amor fraternal que nós mesmos plantamos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

NA SOCIEDADE


Conheço homens que são machos perfeitos na sociedade e verdadeiras mulheres na cama. Com isso estou afirmando que muitos homossexuais totalmente passivos comportam-se na rua, no trabalho, nas festas e eventos diversos e mesmo em casa, como homens do tipo machões, não apenas no temperamento, mas também nos gestos, em tudo enfim, de forma que jamais levantariam qualquer tipo de suspeita sobre sua verdadeira orientação e preferência sexual. Quero com isso asseverar que o comportamento, os gestos, as atitudes o temperamento, a voz, a roupa, adornos etc., nem sempre definem ou retratam a orientação sexual do indivíduo. É igualmente comum ver-se, ao contrário, homens afeminados, isto é, com atitudes, gestos e voz que revelam suavidade, sensibilidade ou até dinamismo típico de mulheres e que são perfeitamente heterossexuais, que adoram mulheres e só pensam em casar e constituir família. Pode-se ainda encontrar homens homossexuais afeminados, com a maior cara de passivos, e que na prática sexual só se comportam ativamente. Nunca se deixam penetrar e se o fazem, seja porque motivo for, é com grande sofrimento. Como se pode ver tem de tudo no comportamento sexual dos seres e as nuances são tantas e tão variadas que seria insano discutir. Pode-se no máximo trocar figurinhas, ou seja, falar de impressões e experiências pessoais e na hora do “vamos ver” usar de franqueza e abrir o jogo dizendo logo do que está afim.

A SER TEMINADO....